Especial de dia dos namorados - Parte 1 - A gente não gosta muito de gente.

Quando eu penso em todos os motivos que eu tenho pra passar o dia doze sozinha, eu gosto de começar pelo mais primitivo de todos:

Eu tenho uma preguiça desgraçada de conhecer gente.

E aí é só fazer as relações prq, se você não conhece gente, você vai se relacionar com quem? Com o seu cachorro? Tipo o Selvakumar, aquele indiano que casou com uma cadelinha?

Não dá, né... aqui no Brasil isso é meio mal visto. E depois, a cadelinha é linda, mas nem faz muito meu tipo.
Não me levem a mal, eu não sou uma pessoa completamente antisocial nem ando por aí com um escudo e uma espada afastando todo mundo também. Só que cada vez que um ser humano do sexo oposto, tanto faz se é o Brad Pitt ou o Tiririca, se aproxima de mim com intenções que não são de coleguismo, mas sim de começar um outro tipo de relacionamento - e quando eu digo relacionamento me refiro a tudo, desde segurar minha mão por uns 5 minutos até um namoro de 25 anos de duração (namoro de 25 anos prq casamento só se for bêbada, em Las Vegas e com um imitador de Elvis bêbado como padrinho) - eu já começo a pensar coisas na linha de "Puta saco. TINHA QUE SER EU?".

E eu tenho plena consciência de que isso é um pensamento bem anormal e complicado de se entender e lidar, afinal as pessoas nem têm idéia de que possa existir alguém com tal nível de esquisitisse, então elas se empenham, fazem discursos, usam suas melhores sacadas, suas conversas mais inteligentes, as palavras mais bonitas que conhecem e tudo que eu consigo pensar é:

"Eu não gosto das sobrancelhas desse cara. Será que eu vou querer olhar pra essas sobrancelhas pelos próximos finais de semana da minha vida? Acho que não."

ou

"Eu prefiro ouvir esse cara e olhar pra ele num sábado a noite ou assistir 4 horas ininterruptas de Zorra Total? Bom, levando em conta que eu posso ver o Zorra Total despenteada e de pijama, acho que eu vou pra casa agora ver o Zorra Total. "

ou ainda

"É, ele até que parece um cara legal, tem uma sobrancelha legal, até que não tá me aborrecendo, mas só levando em conta o trabalhão que eu vou ter pra pensar numa desculpa esfarrapada pra terminar tudo quando eu quiser ficar em casa no domingo assistindo o Francisco Cuoco na dança dos famosos... ahh é melhor deixar pra lá, sabe."

Isso eu tô falando das abordagens ao vivo, aquelas abordagens totalmente "do nada", ou quando teimam em te apresentar o amigo do amigo do primo do amigo. Mas conhecer gente mal intencionada pode ser pior ainda quando acotece via msn ou orkut.
Eu, particularmente, tenho um ódio especial pelos contatos virtuais do tipo"eu te vi".
Pra quem ainda não conhece, os contatos "eu te vi" consistem num idiota qualquer que te viu em algum lugar e, sabedeuscomo, conseguiu seu contato de msn. Aí ele chega todo feliz achando que vai abafar com o :

- "Oi, td bem? te vi na sala de espera do consultório do pneumologista, achei seu msn por aí e resolvi te adicionar pra bater um papo".

Aí você, eu, ou alguém com um pingo ainda de sanidade, dizemos:

- "Opá, bacana. Então, minha irmã acabou de colocar o gato no liquidificador. Vou dar uma olhada lá e já volto."

-Bloquear Contato-

Tudo bem que gente bizarra, esquisita e problemática super ganha pontos comigo, mas tudo tem um limite, né.
Que tipo de pessoa procura o msn de gente que vê por aí na rua a ponto de conseguir encontrar?
Certeza que é o mesmo tipo de pessoa que amanhã tá colocando uma câmera no seu banheiro pra depois jogar tudo no youtube.

Resumindo, abordagens não dão certo e me fazem ter vontade de ir pra casa assistir uma maratona de Zorra Total e Turma do Didi ou chamar a polícia.
O legal mesmo é quando a gente que cisma com alguém a ponto de deixar a preguiça de lado e realmente se empenhar em fazer alguma coisa.
E esse é o assunto do próximo capítulo, que será escrito assim que eu tomar o próximo bolo de algum professor que prometa trazer minhas notas e não as traga. ¬¬

Ps: eu queria mandar um beijo pro leitor que procurou "meu cu de bob" no google pra chegar aqui. Adorei a expressão, achei super original e inovadora, tanto que já incorporei-a ao meu vocabulário, afinal original e inovador é o meu cu de bob. Beijo.