Fom fom

Então hoje eu resolvi sair de casa e já tenho uma história bizonha pra contar a respeito disso, claro.
Sabe, às vezes eu acho que em algum lugar tem alguém filmando cada segundo da minha vida e todo mundo que interage comigo é ator com instruções pra me meter em situações estranhas a qualquer custo. Qqr dia desses eu vou ligar a tv e vão ter editado tudo pra transformar num daqueles seriados americanos em que o protagonista só se fode.
Bom, acontece que as férias tão acabando: amanhã eu volto a trabalhar, semana que vem eu volto pra faculdade e por isso eu tenho que começar a me preocupar com não assustar os outros com a minha aparência de quem esteve hibernando por um mês e meio, então eu fui fazer limpeza de pele.
A minha esteticista é uma pessoa bastante divertida. Ela adora falar pelos cotovelos enquanto liga aquela droga de vapor quente pra burro na minha cara e acha que eu tenho que ficar respondendo tudo que ela pergunta. Eu acabo respondendo, claro e, por consequência,comendo a droga do vapor quente que tem um gosto péssimo, aliás.
Até aí tudo bem, juro pra vocês que eu adoro conversar com ela e nem me incomoda tanto comer vapor. Só que hoje, do nada, ela me veio com uma pergunta assim com um jeito de quem tava ensaiando pra fazê-la desde a primeira sessão, só não tinha intimidade para tal. Isso porque ela me fez a pergunta de um jeito como quem toca a campainha do vizinho e sai correndo, sabe? Tipo: "não sei se posso perguntar, mas vou perguntar."Enfim, ela me perguntou se eu tinha silicone.
Bom, todo mundo tá cansado de saber que eu não ligo de confirmar, né. Até porque se eu ligasse pra isso, começava a andar por aí de gola rolê. Só que quando eu mostrei que não me importava de comentar a respeito, acabou na hora a atitude dela de "tocando a campainha do vizinho":
Eu tava com uma vendinha nos olhos (pro vapor quente não cair neles) e de repente eu só senti um mãozão nos meus peitos apertanto, jogando pra um lado, pro outro enquanto falava: "que legal né, durinho".
Tipos que pra quem tava numa atitude "tocando a campainha e saindo correndo" antes, ela mudou rapidinho pra "enfiando o dedão no botão da campainha até a vizinhança inteira escutar o sino".
Sabe, acho que foi o momento mais desconfortável da minha vida até hoje. E olha que eu sou mestra até em criar situações desconfortáveis pra mim mesma quando elas não acontecem naturalmente.
Só sei que, por um momento, eu me senti uma daquelas travas sendo entrevistadas pela Monique Evans na fila do baile gay do Scala: pôs peito, pôs bunda? Vamo ver o que é de verdade aqui? FOM FOMMMMMMM!"
Depois da limpeza fui até no banheiro pra olhar se eu tinha esquecido que tinha um pinto, ou algo do tipo.
Pra quem não sabe do que eu tô falando, fica aí um videozinho do Gala Gay pra ilustrar:


Mas o melhor de toda essa história, o mais legal, o mais estimulante é que isso aí é a situação mais próxima de um encontro que eu tenho desde a última vez que eu fui na ginecologista. E eu nem sou gay!


Ai minha vida é um arraso!
Bjos, vo trocar de pijama!